O inquérito Mais Dados Mais Saúde – Clima e Saúde na Amazônia Legal traz dados sobre a percepção e os impactos das mudanças climáticas na vida cotidiana da população dos nove estados da Amazônia Legal e ouviu 4.037 pessoas entre maio e julho de 2025.
Os resultados mostram que um terço da população (32%) afirma já ter sido diretamente afetada pelas mudanças climáticas, percentual que chega a 42,2% entre povos e comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas, entre outros. Esses grupos também relataram maior vivência de problemas relacionados à piora da qualidade da água e à produção de alimentos, evidenciando sua vulnerabilidade em áreas de risco climático e dependência de recursos naturais para subsistência.
As consequências percebidas do aquecimento global incluem aumento da conta de energia elétrica (83,4%), elevação das temperaturas médias (82,4%), aumento da poluição do ar (75%), maior ocorrência de desastres ambientais (74,4%) e aumento dos preços dos alimentos (73%). Eventos climáticos específicos relatados nos últimos dois anos incluem ondas de calor (64,7%), secas persistentes (29,6%), incêndios florestais com fumaça intensa (29,2%), desmatamento (28,7%) e piora da qualidade do ar (26,7%).
O levantamento confirma que a percepção sobre a crise climática é generalizada: 90,6% acreditam que já estamos vivendo um aquecimento global, e 88,4% reconhecem que as mudanças climáticas vêm ocorrendo no Brasil e no mundo nos últimos dois anos. Quase 40% afirmaram conhecer alguém diretamente afetado pelo fenômeno, número que sobe para 48,4% entre povos e comunidades tradicionais.
A pesquisa também revelou mudanças comportamentais relevantes. Mais da metade dos moradores (53,3%) reduziram práticas que acreditam contribuir para o agravamento da crise, e 38,4% relataram sentir culpa por desperdiçar energia. A separação de lixo para reciclagem é prática comum para 64% da população, chegando a 70,1% entre povos e comunidades tradicionais. Esses grupos também demonstraram maior crença na possibilidade de agir contra os efeitos da crise: 55,7% disseram acreditar que podem ajudar a resolver o problema, frente a 39,8% da população geral da região.
Em síntese, os achados reforçam a urgência de políticas integradas que conectem saúde, clima e equidade, e oferecem subsídios para orientar políticas públicas e fortalecer a resiliência das populações amazônicas diante da crise climática.
Recent Abstracts
Public Attitudes Towards Alcohol Policy: South Africa
Quality Assurance and Improvement Framework for Medical Certification of Cause of Death and…
More Data Better Health: Climate and Health in the Legal Amazon
Health Taxes Action Guide
Opinión pública frente a la política de alcohol: Colombia
Public Attitudes Towards Alcohol Policy: Colombia
2024 Activity Report – Brazil
Estimação do impacto de diferentes cenários de redução do consumo de álcool no…
Estimation of the impact of various scenarios of reduction of alcohol use in…
Relatório de Atividades 2024 – Brasil